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Uma analogia do Deus Triúno




Diversos livros de teologia, através das mais variadas formas, tentam construir analogias para explicar didaticamente o conceito de Trindade. 

Explicando de forma simples, Trindade, Triunidade, Santíssima Trindade, ou ainda Deus Triúno, na teologia, refere-se ao entendimento de que Deus, o Ser Supremo, subsiste em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, contudo, não são três deuses, mas um único Deus, tripessoal. 

Sim, é muito difícil(senão impossível) para nossas mentes compreender isso. Diversas perguntas podem surgir, muitas delas, inclusive, grotescas.

É um deus com três cabeças?
Não são três deuses?
Um deus com três personalidades?
Não seria o mesmo Deus sempre, mas agindo diferente em momentos diferentes?
 Como se relacionar com um Deus assim? Não é confuso?

Para facilitar o entendimento, diversas analogias são utilizadas. Alguns teólogos usam o exemplo do ser humano, que embora seja corpo, alma e espírito, ainda é uma única pessoa. Outros usam o exemplo da água em seus três estágios, que embora possa ser sólida, gasosa ou líquida, continua sendo água. Uma analogia muito usada pelos unicistas é a de um homem, que ao mesmo tempo pode ser pai, filho e avô, por exemplo, mas não deixa de ser uma só pessoa. Já vi também alguns usarem uma lâmpada para representar a Divindade. Jesus seria a lâmpada que reflete a luz; a luz seria o Pai; e o Espírito Santo a energia elétrica que é conduzida. Uma outra representação usada é a do triângulo. Cada lado seria uma Pessoa da Divindade, e o triângulo todo seria Deus na totalidade. Por último, o ovo também é usado na representação da Trindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo seriam representados, respectivamente, pela gema, a clara e a casca. Você pode ter visto outros diversos meios por aí. 

Mas, existe uma analogia que, ao meu ver, é a melhor de todas. Ela foi utilizada por C.S. Lewis no seu livro Cristianismo Puro e Simples. Preste atenção. 

As três dimensões e a Trindade

Só existem três dimensões. Ou você se movem para direita ou esquerda, para cima ou para baixo, ou frente ou para trás. Ou simplesmente, largura, altura e comprimento. 

Se você usar apenas uma dimensão, só conseguirá desenhar uma linha reta. Se você usar duas, pode desenhar figuras geométricas, como um quadrado. Agora, se você usar as três dimensões conseguirá ir além e desenhar uma figura como um cubo. Um cubo é feito de seis quadrados, e cada quadrado de quatro linhas retas. O cubo é tridimensional. Quando você olha para um cubo você vê de uma vez só, linhas e quadrados. É impossível separá-los para se obter um cubo.

O entendimento que o Cristianismo tem da Trindade envolve o mesmo princípio. Em Deus, encontramos um Ser que são três Pessoas, enquanto permanece sendo um Ser, da mesma forma que um cubo são seis quadrados sendo um único cubo.

É importante frisar que, embora essa analogia seja muito melhor em relação às outras, ainda não podemos conceber o conhecimento de Deus em sua totalidade. Seria como se nós vivêssemos em um mundo bidimensional e tentássemos imaginar um cubo. Falta-nos parâmetros para dimensionar Deus.

De que isso adianta?

Você poderia ser perguntar, de que adianta se não podemos compreendê-lo de fato? Lewis também respondeu essa pergunta usando uma analogia: uma pessoa pode jantar, saborear um alimento, sem contudo entender exatamente como ele o nutre. Da mesma forma, uma pessoa pode experimentar o relacionamento tripessoal com Deus, sem contudo compreendê-lo. Só temos que aceitar e gozar da presença do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

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